Quanto tempo vaguei
por crematórios de sonhos,
centrais de cimento e aço,
tendo por ninho
viadutos de azáfamas,
cerdas e nichos
tombados por desastres
em meus pra dentro...
Se ontem me perdi
nessas pedras magoadas
e dispersas,
jardins arrolhados de vazios
com percursos
minguados de paz,
hoje sou nau
em busca de margens,
de um cais amadeirado
de luz e amor
para aportar minhas angústias
e desassossegos.