O enigma sou eu.
Sou eu que canto e bordo poemas
com dedos de sangue da alma.
Neles me desfaço, me refaço
em minhas antíteses -
vivas ou mortas, não sei.
Sei que sou o mistério
a ser desvendado,
o fragmento do tempo
que pensa o abismo
sem se afastar da borda.
Não, não. Não nego o infinito,
o crio dentro e toco o imaterial
com dedos de vento
enquanto rabiscas uma aquarela
com mãos que carregam em seu bojo
as iniciais de meu nome...