Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Fascínio

E os passos se vão... tecem a caminhada solitária no limiar entre a vida e a morte. E o olhos contemplam a finitude - não com medo, mas com um fascínio triste, uma aceitação melancólica do que não se pode mudar. Se há introspecção? Não sei! Agonia? Decerto! Admiração ao sombrio, a visão da beleza no cinza da existência. Sim! É onde caminhamos na companhia das memórias, do que já passou e ainda ecoa, assim, assim, como numa liturgia que nunca se finda. E o sino toca à distância o silêncio das árias. O tempo nos espanta... e a vida simplesmente vai... A morte chega sem pressa com sua melancolia envolta em sombras e brumas. Tudo é lento, silencioso... profundamente poético - como as palavras da canção. E a Alma caminha por ruínas sagradas ou eremitérios, o som dos sinos se afastam... a névoa abraça do tempo... e a efemeridade da vida é compreendida e aceita... E ele vai... segue seus passos que caminham ao entardecer, passam pelo mosteiro deserto... ouvem os sinos se apagarem ao longe... enquanto a bruma cobre lentamente a paisagem... Não há medo... Está apenas indo... partindo... no sagrado etéreo do tempo que finda...

Maria
Enviado por Maria em 17/07/2025
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