Não nego o infinito,
mas sim a infinitude exterior.
Por isso, subverto o clichê do cosmos
como vastidão externa.
E grito: o infinito é interior.
É um gesto de recolhimento místico.
Respiro o pensar.
Faço a pausa elipsal...
Dentro, o silêncio não é vazio.
Borbulha. Entra em ebulição.
Tem presença - plena, vibrante.
Retumba com o pulsar das veias.
Explode, expande-se
como o magma quente e derretido...
transborda... Alcança o outro...
Transforma-se: um "dentro"
que toca o "fora" sem negar-se.
A dor do pensar é radial.
Por isso, me pergunto.
Por isso, me respondo.
O eco é tanto ressonância como queda...
Despenca cachoeira abaixo -
em certezas e incertezas...
Somos o infinito em nós.
Ele me diz: você é, não fora,
mas neste mundo, imanente...
e é feita de contrários:
sombra e luz, forma e essência...
Ahhhhhhhhhhhh!!!
O grito rompeu o tempo,
gravado em mim - ficou -
mais do que um som, uma presença...
que em seu ecoar pelo espaço,
- Maria eu te amooooo!, gritou..