É translúcido o mergulho profundo e abissal da alma
nas linhas e entrelinhas deste testamento de palavras.
É onde os meus pra dentro gritam, sussurram com força,
em forma de espumas, maresias e abismos interiores.
E só me compreende quem sabe me subentender.
Quem sabe - de longa data - que minhas xícaras
são sempre canyons profundos...
que os sinos de dentro são ecos dos cantos
enevoados de luz a circular na alma...
Quem sabe que minha poesia explicita o exato momento
em que a alma se recolhe em seus pra dentro
para não se perder e/ou para se achar.
E rola a pedra cachoeira abaixo dos olhos,
assim, assim, sem lapidação, intacta, lírica, densa -
causando - ao passar silente e cheia de força pela face
numa sequência de marés interiores
que entrelaçam minha alma à sua
em nossa janela azul do tempo profundo...