Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Parapeito do Espelho

Da janela do tempo profundo, bebo o silêncio

como quem bebe e escuta ausências.

E é ali, no parapeito do espelho,

que tua falta se revela - não como vazio,

mas como espinho que ainda sangra memória.

 

Por isso, murmuro de volta um poema,

em véus de saudade, alma em reverência...

Enquanto os olhos contemplam o reflexo no espelho,

os dedos tecem sensibilidades, em fios que ecoam -

sutis - a escuta, a doçura de uma saudade mansa e profunda.

 

Grito: estou aqui, mesmo que te ausentes,

sou como um sopro de luz junto ao teu lampião da vida,

vim para caminhar contigo os vestíbulos da alma.

Maria
Enviado por Maria em 05/07/2025
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