Agonizam as paredes da alma,
sucumbem suas hastes
aos ventos e tempestades
e os lábios trêmulos
deitam rios interiores
pelos charcos dos olhos...
É como se as sebes de dentro
se inclinassem as estalagens
das dores do tempo
e se deixassem levar
por alpendres de solidão
carcomidos de incertezas e medos.
E temos a certeza
de que tudo vive e morre
como se fosse ontem...
Então - milagre...
Tudo parece nascer das ruínas.
Reverdecem os campanários dos sonhos
e abrem-se as clareiras da alma:
um Sol nasce dentro dos olhos
e um sorriso de esperança
se desenha nos lábios nimbados de céu.