Os passos dedilham palavras entre a pedra e o tempo.
Acendendo castiçais da linguagem da alma
por entre as neblinas de um hino bendito
recitado no travesseiro do céu...
É como se alma voltasse para si mesma
após perambular por entre os mosteiros
ouvindo o eco de sua própria voz.
Ah! Estas recordações...
A evocação do nevoeiro,
a memória ancestral
que dança compondo
uma liturgia da alma.
E os sinos plangem em sonoras saudades
no sussurrar de um mantra denso e profundo -
quase um recitativo de Verlaine em latim esquecido,
uma travessia interior pelo cais de meus pra dentro,
transitando na rigidez heróica de um poema clássico...
Assim, assim... simbólico, melódico, espiritual.
Os passos dedilham palavras entre a pedra e o tempo.