Perambula, sim, minh'alma - contigo,
por entre claustros de pedra e silêncio,
onde o tempo respira em cantos antigos
e os vitrais tingem de luz o sacrifício.
Ah, essa cantiga que ecoa no vento,
és tu quem a entoas? Ou sou eu,
a mesma alma que canta em lamento
os sinos que choram no campanário do céu?
Florescem os lírios nas sombras do claustro,
tácitas, as estátuas sussurram memória.
No altar do tempo, tua voz - meu salmo.
E enquanto dobram os sinos da história,
perambula minh’alma contigo,
- entre mosteiros, névoas e auroras.