Tenho um andor de esperança - e dele, acho que sou dona.
Para sua glória é que teço, incansável, esses versos de amor.
Dentro de cada verso, uma linha que cambaleia unguentos de paz.
Ah! Se pudessem curar a dor que o massacra...
Se pudessem amainar a fome de morte que o habita,
mitigar o desespero das mágoas
que o fazem montanha de sofrimento.
Enquanto eu desço as escadas que ele me manda andar,
ele fecha a porta da antessala do coração.
Mas - ainda acredito.
Tenho por mim que ele ainda seja um andor de esperança.
Por isso, dele, acho que sou dona
e lhe teço - incansável - esses versos de amor.