Maria
Prosa e Poesia
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Perfume Antigo

É disso que quero:

a evocação do vago,

do intenso, poderoso,

o evocar dessa emoção,

plena de sentir -

como a música.

 

Que seja atmosfera, melancolia,

que tenha esse ar de tristeza doce,

de saudade indefinível,

de beleza passageira...

 

Quero amar a neblina,

o crepúsculo, as sombras,

os sons abafados e longínquos,

os sentimentos fugidios

mas tão, tão latentes.

 

Quero ser a folha caindo,

o nevoeiro se dissipando,

a chuva leve sobre o telhado de violinos,

o som dos sinos longínquos -

mas tão perto, tão dentro -

os rostos

que se perdem no passado,

a luz opaca da lua,

uma vida intensa e atormentada

pela ruína do não-escrever,

a poesia nascida do coração sofrido,

da delicadeza extrema

da alma de Verlaine, de José,

de Rilke, de Mallarmé...

 

Maria
Enviado por Maria em 09/06/2025
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