Nem sempre a dor encontra resposta.
Torna-se num nó não desfeito,
um questionamento, pausas, quebras...
ou pedras polidas para guardar
o desabafo da alma.
É quando ela respira
por meio desse espírito quase arquetípico
do que é o poiein, da gênese do Ser.
É quando o coração abarca
a imensidão simbólica
dessa centelha que dança ao vento,
antecedendo qualquer palavra,
qualquer verso.
Minha voz é isso:
esse fragmento solto
de uma alma entregue
ao acaso do mundo.
Deito o peito
na relva serenada
de delicadezas -
a dor não tem resposta.
É nó não desfeito,
um questionamento -
haverá um dia? Haverá?
Uma pausa - para a lógica
do não-pensar.
Quebras... ou pedras
para guardar o desabafo da alma
que não se dá em um gesto grandioso -
mas na intimidade do silêncio
que acende, agora, em mim...