A saudade não pede licença para passar,
invade - reverbera o peito de dor,
faz prender a respiração...
Tudo é de uma verdade que dói de tão bruta.
Seu fustigar tem cheiro de carne viva,
de madrugada acordada
na loucura da escrita
para elaborar o tempo e o caos...
É minha única forma de continuar respirando...
Escrever tem essa força rara de curar o peito...
de suportar o peso do silêncio,
a dor da ausência física...
E o poema é alma destilada em palavras,
em seu estado bruto, puro,
sem "transpiração", sem "lapidação"...
um poema honesto, humano,
que não brilha em livros, vitrines,
mas pulsa no subsolo,
no fundo da mina da alma...
Que seja poema-espelho
para que você também possa
compreender "a minha/tua escuridão"...