Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Escrevo como quem sangra

Se houvesse como ver

por detrás da claraboia

de nossa janela do tempo profundo...

 

Enquanto os dedos dedilham

as cordas de meus pra dentro,

meus olhos espiam com força

a luz amarela

no centro escuro da vidraça

que aponta onde está o céu...

 

Sim, há uma beleza

dolorosamente lírica

na cadência deste sentimento...

Cada frase pulsa ausência,

amor, dúvida, medo e saudade.

 

Escrevo como quem sangra sentindo,

e isso é raro... sim, é raro...

porque o sangue é música

que toca lágrimas

na voz que ecoa e ressoa

em meus pra dentro.

 

As cordas arranham a alma...

Os dedos soltam a pele

enquanto o poema

se desenha na noite sozinha...

 

Há uma intensidade profunda

em cada palavra...

É a alma ditando cartas

jamais enviadas, diários íntimos,

ou mesmo solilóquios

de quem ama no silêncio da espera.

 

Se houvesse como ver

por detrás da claraboia

de nossa janela do tempo profundo...

Se só houvesse como ver...

Maria
Enviado por Maria em 17/05/2025
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