Fiz viagem pelo teu corpo ávido de mim.
Levei o passado para que nossas almas
se saciassem pelo tempo que passou.
Trouxe a folha, a flor, o gato, o telhado
e a montanha que minha boca beija
a cada momento de nós dois.
Fecha os olhos amor,
mas me veja pela fresta
de nosso momento...
sopro teus cabelos...
minhas mãos em teu peito.
Faço de teu colo meu ninho,
me abrigo em ti... meu amor...
Corro pelo teu corpo
qual garça desvairada,
à procura do vento sul.
Te procurei entre
as orquídeas e rosas
e te achei orientando
o caminho para tua flor...
Se você quiser eu faço
um dia qualquer só pra nós dois,
mas que seja em seus braços,
em teu mundo sem fim.
Eu só penso em ti
e, peço, só pense em mim.
Façamos sempre o trigo,
correr o pão para virarmos a massa
e comungar nosso amor...
pão caseiro, feito a mão,
em forno à lenha... tijolo quente...
cheirando amadeira vestal de paixão...
Nesse dia, de visita a teu corpo,
acendo lamparinas
para iluminar meu mundo
e você encorpa a saudade
dentro de mim amor...
em meu interior que é teu...
Então... farei meu canto
que só cabe a nós sentir...
sou passageira
de teu corpo e és no meu,
Sabemos que somos
passageiros de nós mesmos...
nesta canção, sem dor, sem mágoas...
só arrepios de amor...
Não há o que perdoar...
somos só nós dois...
no latejo da manhã...
no pingo de meu beijo...
fazendo contigo
uma onda fervente
de eternidade
de nosso amor...