Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Adeuses existem todos os dias.

Nos despedimos do dia, da noite,

do momento de agora e do seguinte,

das horas que rápido correm para outro tempo.

 

Se há pó, há vida, há sentinelas de sombras

ombreando as pedras que vão, lentamente,

se desgastando, mas não deixam de ser pedras,

seja em pó ou em bruta cor.

 

Somos ardósia da vida e podemos viver

no tempo de pedra sobre pedra

- uma construção de amor -.

 

Só procura a verdade quem sabe que ela existe

e quem a conhece como a verdade de tudo.

Ela está numa moldura que procuramos

quando a hora dos poucos chega

ou quando nos perdemos em saudades

e nos sentimentos esvaídos de vida.

Ela está no pôr-do-sol que podemos tocar

com nossos olhos, na vida, amarroada.

 

A verdade está nas lembranças e memórias,

na ordenança das pedras, do pensamento.

A verdade, meu amor, está lá onde toca a música

que faz a dança de dois, naquela pedra, amarrotada,

mas que mãos de violino a fazem afeiçoada

e a colocam, pra sempre de si esquecida,

no interior da montanha

onde só lá ela consegue sobreviver.

 

E, onde, ardósia e vida,

atiça e afogueada,

faz de seu homem

um eterno guerreiro

de fagulhas e vulcões,

criador de molduras na pedra,

fazendo-se pedra e cinzel...

moldando a pedra em si mesmo,

no magma de ardósia azul-afogueada,

na vitrine de nosso amor...

Maria
Enviado por Maria em 12/10/2022
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