Eu só queria
um minuto que fosse
da eternidade do tempo,
em qualquer dia,
um dia só de idas.
De volta não se fala.
Que seja um dia de acreditar,
de fazer fogueira na neve
e desenhar estrelas
com o próprio corpo
num lago de paz e paixão.
Um dia que o silêncio se cale
e a voz de estrela
que repete o que ouve, também.
Queria um dia, um dia
que fosse uma noite só,
que o amanhã não existisse
e nada, mas nada mesmo
tirasse a felicidade conquistada.
Queria um dia, um dia
que fosse Eterno,
que curasse a dor,
a raiva, as emoções
que apagaram pegadas.
Um dia que um pássaro,
miúdo e maltrapilho
pudesse,
com seu bico de Vivaldis
reconstruir seu jardim,
sem medo de gaiolas e feras
que chegam para sonhos
de mãos de amor retirar.
Quero um dia, um só que seja,
se mais não puder ser,
de teu tempo, um minuto só
de eternidade para dizer:
tudo isso pra você!
Pra você também!
Então: Me escreva!
Eu escrevo!