Prosa e Poesia
É nessas horas, hora dos soltos,
que temos de buscar forças lá,
no mais profundo recôndito da alma.
Lá onde se encontra a essência
de quem de fato somos.
A gente se conhece.
Sabe quando conseguimos
suportar ou não a dor.
Mas nos perdemos na maioria das vezes
porque procuramos fora o que está dentro,
procuramos lá no alto das torres
que falam sem se compreender
o que está conectado aqui dentro.
Também tenho aprender isso.
Olhar minhas potencialidades
para além das fragilidades
que a vida impõe.
Sei que é difícil, mas você já caminhou milênios,
vencendo, dia após dia, teus próprios medos,
o que te assustava, o que te feria...
Suportou com coragem a dor da perda,
a dor da morte, a dor de não saber-se quem é...
Não desista agora... Não desista!
Olha por cima dos vagalhões de medo,
obstáculos e empecilhos a tua felicidade...
Olha para ti, teu próprio cimo de belezas interiores,
jardins iluminados por flores douradas,
rosas de amor, hibiscos coloridos
que compartilham um pouco de si,
de seu néctar com os peregrinos
que ali chegam para descansar os pés
de suas andanças pelo mundo.
Olha para o que ainda não olhaste:
para você, para o imenso amor, bondade
e ternura que moram em tua alma,
para a paixão pela vida.
Olha pela janela, veja: o que vês?
Uma montanha sendo beijada pela lua na manhã,
recebendo seu toque de vida, paixão e amor...
Receba essa dádiva do céu.
Acolhe... Se aconchega neste manto...
o dia será de luz pra você!
