Ele caminha sereno
em meu peito...
e bate alvoroçado, agitado
e ao mesmo tempo
tão mansamente...
que posso tocá-lo
enquanto andarilho
em seu costado
com minha música de plumas
e chumaços de algodão.
Sou nuvem em seus braços,
sou fogo em suas entranhas...
sou cão sonolento
em seu sereno respirar...
sou porcelana azul, desenhada
e pintada com dedos
de menestrel,
prato diário... para iluminar...
a noite de manjares e luz...
Na dança das estrelas...
conquista-se
a liberdade de amar...
de ser quem se é...
na respiração que para...
e só sente...
a mão treme...
e o silêncio...
escuta...
do que o coração
quer fala...
com as mãos...
com a boca...
com o corpo...