Também há poesia no som das folhas que caem,
no silêncio das águas, nas hastes quebradas
e nos espinhos tão doloridos de uma flor...
O sol se move e com ele a terra
e as outras estrelas - um universo -
galáxias, e sistemas complexos de constelações.
Nada é um fim em si mesmo, tudo se transforma.
Então se falo por uma ou cinco palavras
se me derramo em tonéis de licores em versos
ou me pairo estática e muda
contemplando o silêncio de minha própria dor.
Sou eu que sou dona do meu o violoncelo
que importa se toca em uma só corda
e minha melodia não mais agrada aos
comensais privilegiados das bolhas da vida;
Se sou uma estrela que já passou
e me tornei lembranças antigas e amargas
é meu o riso e também minha a lágrima
que um dia essa vida (in) remansa me outorgou...