Ela tem profundidade no falar,
não há como, isso, negar.
É diferente de mim
que só sei grasnar.
É óbvio que está
apaixonada...
E acredita que é
correspondida
do poeta a musa
a margarida querida
Talvez seja, de fato,
quem vai saber?
isso só o poeta pode dizer,
ou, quem sabe mais à frente,
a própria Vida...
Ela não tem medo de
nas asas do poeta voar
não se esconde
em meio as flores
deixa claro que veio
mais do que poesia buscar.
É isso que me desequilibra,
me deixa travada, com medo
de visitar do poeta o jardim
de que ela, lá, eu encontre
e mesmo que nela me veja
sei que ela não sou eu
e eu não sou ela...
seria, pra sempre, o meu Fim.
Talvez seja a hora de as armas depor
e no meu cantinho voltar a me esconder
tenho medo de ter medo - e tenho -
de que eu possa novamente perder
não só a batalha, mas também a guerra
pensando que é meu o território
que estou, com arco e flecha na mão,
tão obstinadamente a defender...