Não conheço todas as portas do tempo,
nem reconheço o alcaide
que traz a mensagem de que tudo
é só uma questão de princípios...
Sei que não tenho tempo pra gastar
até que me chegue o pano que me será de mortalha.
O paradoxo da vida - penso - é que o tempo envelhece
e vou com ele pra essa eternidade de linhas e visgos.
É que pó da vida escorre rápido para o lado debaixo
de minha ampulheta - abismo das minhas horas e dias.
Vivo no umbral do tempo, sou mural de rotinas,
minha guerra particular é não viver
a vida num caminho de vazios - nem -
rara valia ou ardose dos esquecidos...