Os Sós Também Amam
Minha razão joga
nos ombros cansados
o peso de minha angústia.
Poetisa torta, que não vê
o luto que deve guardar,
sonha alada com o azul
da montanha, o verde do mar.
A poeira do passado
recobra a tristeza
que parecia dormir...
O olhar avista a colheita
que já secou...
No céu, as nuances negras
caem como crosta de terra
a embaçar o coração cego.
E do leito da noite
em nuvem de lembranças,
figuram poemas empoeirados,
ocultos no tempo...
Lágrimas da poetisa
que queria ser flor
no jardim dos encantados,
mas, planta dores de só chorar...
Os sós também amam,
mas não sabem se deixar amar.
Maria
Enviado por Maria em 21/02/2015
Alterado em 21/02/2015