não sou mulher de destratar homens,
e nem de alcovitar com mulheres.
nem mulher de construir sombras
para nelas dormir suas noites,
percorrendo ruelas de nua exposição.

não sou mulher sem honra,
e peco por seu excesso
e excesso de honra do sol.

por isso:

não sou mulher
de deguste dos homens
que espiam do outro lado da rua,
que chora a vida,
contando os centavos,
que o destino escolhido
lhe cobra todos os dias.

mas, sou mulher do sol, senhora do mar,
soberana de luzes, prateada de luar,
que por excesso de sua honra,
vive sempre, por amor, a pecar.